E aí a história se repetiu e eu fiquei com a Paula na hora de se despedir. E agora o que eu sinto é um vazio. Prevejo falta de iniciativa. Prevejo falta de atitude. E meter alguém no cotidiano e no meio das minhas preocupações mundanas é, no mínimo, disrupting. Aí, aqui estou eu, enrolado em casacos e pijamas, a contemplar a claridade de um dia chuvoso e vendo como tudo é um.

E aí está a velha liberdade existencial. Eu posso fazer qualquer coisa, tomar qualquer atitude, e não tenho nenhum referencial. Tudo é um! Mas não há como cair num relativismo babaca, deve haver algo que eu quero. Acho que preciso de mais dados empíricos.

 

Beleza.

 

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Aí ela disse, surpresa, "por que isso agora?", e eu disse "sei lá, mil coisas"

 

Como gente complicada é complicado.

 

Prevejo indecisão. Prevejo uma puta indecisão. Acho que é a primeira vez que nada físico parece contar e que a ficada não resolve nada, não aproxima nem afasta. Gente com sentimentos impermeáveis é foda.

 

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I want somebody that dreams.

This is an invitation to a dream.

I'm not plain, and won't be.

 

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Qual a relação entre sentimento e mico?

Sentimento não pode ser mico!

Ser plain para não pagar mico é se privar.

Odeio micofobia.

 

-- Pára de ser micofóbica, garota!

 

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Tirando o "Me dá um beijo?" e o "Dou!!!" o resto do fim de semana foi palavroso demais. As meninas estão pegando os defeitos dos homens sem se desfazer dos das mulheres. Falta de iniciativa + micofobia. Que merda.

 

21/7/96

 

Daniel: Desculpe, nunca no primeiro encontro...

 

I'm not going down on my knees begging you to adore me

But you see it's misery, and don't you fall me

When I'm misunderstood trying something again

I'm trying as hard as I could to make you see

How important it is for me

 

31/7/96

 

Eu amo a Paula.

 

Eu vinha de uma sessão de Tai-Chi na Lagoa, olhando para todas as meninas, e ao compará-las com a Paula (incrível) não senti aquela sensação de que a grama do vizinho é sempre mais verde. A Paula dava de mil a zero.

Eu vinha de bicicleta com uma cara de bobo alegre dizendo muito pilhado para mim mesmo "Eu amo a Paula", quando passei por um grupo de meninas cantando "Dança dandandança dança dança do gorila" e uma delas disse "Ih, olha o cara tá rindo à toa!", e eu fiquei hiper orgulhoso.

 

Eu contei a história da poltrona-de-se-gostar do Peter Pan e da Wendy e a Paula, ouvindo Reve do Vangelis, disse que a música parecia o fundo musical da floresta encantada. E ela tinha sonhado aos 11 anos que estava transando com o Peter Pan. Ela pulou para a cadeira-com-rodinhas-de-se-gostar do meu quarto e...

 

A Paula vai me deixar seco...

 

Eu amo a Paula.

 

4 ou 5/8/96

 

Chercher des choses drôles avec urgence. Je suis malade et j'ai deux jours sans elle. Je meurs.

 

10/7/96

 

Estou namorando a Paula há duas ou três semanas. Minha casinha perfeita está povoada. Outro dia fomos à cidade fazer compras no arsenal da marinha, comemos udon no Miako e voltamos sentados no chão do ônibus. Eu fiquei doente, deitei no colo da Paula e ela ficou passando as mãos nos meus cabelos. Eu mostrei a música do Vangelis e ela falou de Peter Pan. Ela adorou Marcia Baïla. Todos os meus sonhos foram realizados. Eu namoro com uma garota punk que gosta de Elis Regina e Rita Mitsouko. ELA TEM SARDAS!!! A Dani ficou impressionada com a beleza da Paula. Ela perguntou se eu queria casar com ela... EU TOPEI!!! UHU!!! Putz, achei o santo graal e não o desperdicei.

 

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Estou artístico de novo. É estranho. Tarde, sono, Dire Straits, Brothers in arms, e nada me falta exceto Paula. Mas estou tranqüilo. Mas isso é novo. Nada me parece importante, como quando eu ficava deprimido e não tinha vontade de fazer nada em especial, resolvia comprar algo só para ter algo a fazer. Agora nada parece imediato além da Paula, penso em comprar algo só para gastar o tempo que passo sem ela. Toda a motivação está concentrada em grudar na Paula. E estou feliz.

 

Ai, tenho muita sorte de ter encontrado a Wendy. E eu a amo.

 

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É, e eu estava vendo um filme idiota -- e isso aconteceu já várias vezes, de fato sempre que eu ligo a televisão -- e as supostas belezas da película me decepcionam quando as comparo com a Paula. E logo o filme se torna sem graça. A Paula vai fazer bem à minha saúde artística. TV e casting de coelhinhas não me impressionam mais.

 

12/8/96

 

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Nova fase. O parto doeu, mas acho que afinal consegui sair do outro lado. Depois de voltar da primeira visita a Ribeirão Preto, comecei a ter medo de tudo. De sofrer muito ao ficar longe da Paula (eu senti muito sua falta na viagem), de ela estar me achando muito grudento (no caso da festa GL), de ela estar ficando mais distante... Aí eu fui na Luciana e ela disse "você não sabe nada disso, então relaxa". Depois a Paula veio aqui em casa e houve uma sessão de choradeira (minha), ela achou que eu estava estranho, distante (e eu achava que era ela). Mas tudo se resolveu. Mas o impressionante é que eu não estava sentindo o grude drive. Ela notou, eu não soube explicar, mas pude contornar o problema.

Agora está claro. Mudou a tônica do meu sentimento e até agora eu não tinha conseguido interpretá-lo corretamente. Estava aplicando fórmulas velhas para tentar resolvê-lo e/ou explicá-lo, e estava tudo errado. Mais grude não resolvia, mais choradeira não arrancaria mais afeto, sexo também não adianta.

Acontece que acabou a novidade. (Sem referências a Cartola, por favor!)

And what you gonna do when the novelty has gone?

Nada. Acabei de sacar que isso não é ruim. É apenas diferente. E envolve menos sofrimento minuto a minuto. Imaginei a possibilidade de acabar com a Paula, e vi logo que dentro de uma semana (no máximo) eu iria querer voltar. E não por que eu estaria sofrendo, mais por que eu quero fazer a Paula feliz (ai, que brega!). Eu imaginei ela dançando na Bang! e eu não resistiria a lhe sapecar um beijo e lhe dizer como eu a amo.

O que é diferente é que não rola mais aquela necessidade de ficar sorrindo e dizendo "eu te amo" a cada microssegundo e morrendo à míngua a cada centésimo de segundo vivido sem ela. E precisando corresponder e ser correspondido exatamente na mesma intensidade com medo de parecer que não ama mais.

Vou passar a ser mais cara-de-pau e expulsar ela daqui de casa quando começar a pintar sono, para poder levá-la de carro eu mesmo e não ficar incomodado de ter que dormir muito tarde. E não ficar achando que eu a amo menos só porque eu quero que ela vá embora aquela hora.

E quero ver ela feliz fazendo outras coisas além de sexo comigo!

 

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E há mais um dado: por causa da viagem, de cansaço e da reunião do TRE, estou há mais de uma semana sem fazer Tai-Chi!

 

19/9/96

 

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Hipótese: recuperação espontânea de resposta de freezing a estímulo aversivo.

Tratamento: extinção por exposição ao estímulo?!

 

20/9/96

 

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Muito interesse em reatar contato com meus amigos. Me sinto seguro com a Paula. Durante a época da paranóia, a Paula me parecia a tábua de salvação que estava escorregando da minha mão. Agora não é mais assim. Ela não é minha última oportunidade para ser feliz. Mas o barato é que eu estou sendo feliz com ela, então beleza.

Qual o barato dessa conclusão? Eu quero ela, mas perdê-la não é tão ameaçador. O resultado é que eu posso respirar mais tranqüilo e curti-la sem stress.

E curtir os meus amigos sem achar que a estou traindo.

 

25/9/96

 

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Queria algo mais estável.

Às vezes eu acho que eu estou ficando normal, que estamos chegando a algum tipo de rotina. Morro de medo disso. Aí faço algo que já queria fazer há muito tempo mas temia que ela não gostasse, como ir a um show punk no subúrbio. Ela gostou, eu adorei compartilhar aquilo com ela, adorei ela estar ali comigo, adorei... Bom, a essa altura todo mundo sabe que eu adoro a Paula. A gente doido para ter um pouco de tempo juntos, e então nossa expectativa é frustrada.

 

Logo quando volto a sentir mais forte.

 

E aí eu tenho que escolher entre fazer algum programa legal e apenas ficar tranqüilo com ela, se gostando, ou então transar com hora marcada e com a maior pressa para ela chegar em casa cedo. Ou seja, entrar numa rotina de linha de produção. E ver o meu amor por ela, que é para mim a coisa mais preciosa do mundo, se tornar repetitivo.

 

Mó escolha de Sofia.

Sem transar, eu fico me remoendo com saudades; sem carinho, pior. Tudo fica parecendo teatro.

 

"Mais tempo, pai!"

 

É a falta de tempo que está fazendo com que nós nos vejamos quase só para transar, quando não estamos na PUC. E isso está tornando tudo rotineiro, e aí está a causa de eu estar sentindo "uma nova fase". Besteira! Isso está me deixando é doente! Eu não quero "uma nova fase". Eu não quero "relativizar" o meu amor. Eu quero a Paula!

 

How dearly I'd love to get carried away

Oh, but dreams have a knack of just not coming true

and time is against me now

 

Fifteen minutes with you

Oh, I woudn't say no

Oh people said that you were easily led

and they were half-right

 

Fifteen minutes with you

Oh, I woudn't say no

Oh people see no worth in you

I do.

 

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Pronto. Amanhã é aniversário da Dani, e eu tenho que escolher entre ir lá ou transar (correndo) com a Paula. E só.

 

Uhmmmm... Paula é mais importante.

 

29/9/96

 

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3:44 da manhã, dia de eleição.

Possíveis causas para não ter sono:

a) A Paula leu alguns itens acima e ficou com medo de que eu estivesse dispensando ela. (Que ingenuidade). Não consigo parar de pensar no que eu posso fazer para reverter essa situação. Merda, logo eu sendo pivô para o sofrimento dela. Não bom, não bom;

b) Vou ser mesário. Não bom.

c) Não vi a Paula ontem, pois não fui na PUC e ela teve que estudar à noite. E ela ficou chateada de eu não ter ido. Ela foi com a camisa e o prendedor de cabelo que eu gosto. O dia anterior foi ma-ra-vi-lho-so, e eu perdi a chance de passar bons momentos com ela. Não bom.

d) Eu decidi comprar uma máquina de fotografar decente, fui com o João Pedro no Rio Sul, vi uma Pentax séria, mas não comprei, já que sexta poderei ver uma Canon e optar entre as duas. Estou ansioso para comprar, tirar umas fotos preto-e-branco da Paula e revelar. Passo o tempo todo imaginando como vai ficar a carinha da Paula numa foto legal em preto-e-branco, como vou tirar, como vou mexer na luz, que filme usar (provavelmente iso 300, pois na maior parte do tempo estamos dentro de casa com luz de lâmpada), etc.

e) Existe um impulso de ligar para ela só para dizer que a amo, mas vou atrapalhar seu sono. É a única razão para não ligar.

 

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É incrível como a Paula é a única preocupação da minha vida. Ao começar a redigir o trecho acima, pensei que a maior parte dos itens não caberiam num arquivo com nome "PAULA.DOC", pois eram mais coisa de diário cotidiano (fotografia, eleições). Mas se eu pensar bem, até o fato de ser mesário implica em me lembrar que a Paula vota nulo enquanto que eu vou trair o movimento de novo. E que eu não vou poder ligar pra ela até acabar a eleição. E isso me tira o sono.

 

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Acabei de ler de novo os itens que deixaram a Paula chateada. Putz, até eu me senti mal. Aquilo está horrível.

 

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4:36

Tinha até desligado o computador, e achei digno de nota que mudou a tônica do meu raciocínio. Ao invés de ficar remoendo ações passadas, eu estava antevendo como vai ser legal quando eu mostrar o Dr. Phibes e o Miguelanxo Prado para a Paula. Ela vai adorar. E eu amo ela. E amo quando ela está feliz.

 

Portanto, ordem do dia (e de todos os dias): Fazer a Paula feliz.

 

Cada vez mais feliz, até rebentar.

 

E aí eu costuro de novo, e ela vai ficar com uma cicatriz linda!

 

Ih, ri ri ri!

 

2/10/96

 

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25/1/97

 

Paula está viajando, e eu estou no Rio. Inverteu. Ela foi no início do mês, e volta dia 31. Hoje é sábado. Tinha que ir à cidade, e tinha que ir à PUC. Na verdade, tinha que ter acordado. Mas não fiz nada disso. Quando me levantei da cama, fui até o quarto da Lola, e caí na cama dela, e não consegui mais me mexer. Tinha acabado toda a motivação para me levantar de novo, ou fazer qualquer movimento.

Está bem semelhante a Ribeirão Preto. Aqui eu tenho mais conforto, não estou esmagado pelo Graeff, e tenho meus amigos, horas de lazer, etc. Mas a anedonia está me saindo bem semelhante hoje. Preciso de Paula para encher meu tanque. Volta logo, querida!

 

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Estou ouvindo Suzanne Vega. "Oh, hold me like a baby that will not fall asleep..." Lembro da gente grudado... Hoje está especialmente difícil. Eu poderia chorar.

 

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26-1-97

 

Ah, meu amor, como sinto saudades! Preciso do teu carinho, ou começo a ficar maluco. Até sexta eu estava bem, mas ontem eu acordei tão deprimido que parecia que tinha acabado a minha reserva de combustível, e eu não teria forças nem para me levantar da cama. Preciso de você para sobreviver. É você que me motiva para a vida. Eu ontem não conseguia fazer nada, estava deprimido, chorei... Hoje ficou tão ruim que tive de converter tudo em raiva. Roubei o spray de tinta do laboratório, e só não saí pra pixar porque choveu, e a tinta não pegaria. Eu tive sempre consciência de que a minha raiva era endógena, que nada havia provocado ela, mas eu precisava de um alvo.

A tristeza também não é devida a nenhuma circunstância atual, mas à sua falta. Embora você tenha viajado há mais tempo, o peso se fez sentir agora. Só saí da pilha destrutiva ao me lembrar do Tai-Chi. Devemos manter a calma para praticar direito. E aí a raiva se dissipou, e não havia inimigo. Mais calmo, procurei entender o que estava faltando, que me deixava tão mal. E era carinho. Não dos meus amigos, que eu tenho recebido um bocado deles. Ontem mesmo a Dani e o Eduardo se revezaram em me confortar. Era o teu carinho que fazia falta. E para essa falta não tenho remédio, só vou ter no final da semana. E o pior é que não consigo nem me distrair disso, arranjando coisas pra fazer. Está pesado.

 

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EU TE AMO!*

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

* Isto quem escreveu foi a Paula, ao ler o trecho anterior

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15-2-97

 

Anteontem a gente brigou. Fui p/ RP e voltei no mesmo dia. E eu ainda estou magoado com a Paula, mas mesmo assim acho que fiz besteira em brigar. Porra, eu amo a Paula! Eu quero ficar com ela pro resto da vida. Não preciso pôr tudo em perigo apenas por estar magoado com alguma coisa. Isso é muita burrice. Espero que ela ainda me queira.

 

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Puta que pariu, tô ferrado.

 

Hate Myself Blues.

 

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1-5-97

 

Eu poderia dispôr da minha vida, dos meus planos, de tudo, por ela. Mas eu não posso ver ela se destruindo cada vez mais. Se eu amo ela mais que a mim mesmo, isso seria ainda mais dolorido.

 

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17-7-97

 

Paula não me ama mais.

 

Daqui a uma semana eu vou para RP, e ela para Berkeley. Eu estou doente (mononucleose?), muito abatido, mas sem muitos sintomas além deste. É forte o suficiente para me impedir de trabalhar, transar e sair com ela. Parece que isso esgotou tudo que mantinha ela apegada a mim. Todos me exigem algo, parece que ninguém pretende me ajudar gratuitamente. E eu sinto necessidade de carinho, carinho gratuito, porque eu não posso fazer muito para retribuir, do jeito que estou agora.

 

Paula está metendo a cabeça no buraco de novo (de novo!).

Ai, que entediante...

 

Sorte que eu estou saindo. Vou ligar pro médico e tentar me curar. É pra já.

 

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22-7-97

 

Começo a melhorar. Infecção intestinal e anemia. Paula me ama de novo. Acabei de ter mais um dos papos absurdos pelo telefone com o Landeira. Ele quer que eu passe mais um período sem cursar matérias da pós-graduação. De novo o papo de que estamos começando a colher os dados, e não podemos parar.

 

Eu estou sentindo uma saudade incrível da Paula. Em breve, estaremos cada um por si, enfrentando o mundo real. Como quando morarmos juntos, só que separados por meio globo. Muito ruim.

 

Droga. Antes de ligar para o Landeira, estava sentindo algo triste mas bonitinho sobre essa história de passar cinco meses longe da Paula. Agora estou estressado e não consigo sentir mais nada direito. Que merda.

 

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3-8-97

 

(volta de Ribeirão -- Paula fria no ônibus)

 

Como se sente de volta ao lar, hein?

Muito bem, obrigado, senhor.

Lambe minhas botas.

Adoro lamber botas, senhor.

Ai, que nojo, some daqui, ô pirralho!

 

Virei pária de novo?

Bom, me sinto sozinho

até o meu corpo feels like aquele garoto franzino, fraquinho e melequento.

 

Será que eu era melequento porque estava sempre com humor de choro?

 

Tudo está muito ruim.

 

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17-8-97

 

Tem sido tão duro te ver

Tão difícil e tão raro, e não devia ser assim

E agora ainda por cima você foi embora

o que que eu faço agora, Paula?

 

Eu tenho tido tanta esperança

Tanta esperança de que encontraria o amor com você

mas agora está tão frio que eu sinto inveja dos outros casais

o que é que eu faço agora, Paula?

 

Você me abriu os olhos

Em vez de ser seu companheiro, te tratava como criança

agora eu te vejo, mas não te reconheço

o que é que eu faço agora, Paula?

 

Tem sido tão duro te ver

Tão difícil e tão raro, e não devia ser assim

E agora ainda por cima você foi embora

o que que eu faço agora, Paula?

 

 

Infelizmente não há saída, mas tente voltar por aqui