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% (find-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima.tex")
% (defun c () (interactive) (find-LATEXsh "lualatex -record 2025-2-C2-porque-maxima.tex" :end))
% (defun C () (interactive) (find-LATEXsh "lualatex 2025-2-C2-porque-maxima.tex" "Success!!!"))
% (defun D () (interactive) (find-pdf-page      "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf"))
% (defun d () (interactive) (find-pdftools-page "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf"))
% (defun e () (interactive) (find-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima.tex"))
% (defun o () (interactive) (find-LATEX "2025-2-C2-intro.tex"))
% (defun u () (interactive) (find-latex-upload-links "2025-2-C2-porque-maxima"))
% (defun v () (interactive) (find-2a '(e) '(d)))
% (defun d0 () (interactive) (find-ebuffer "2025-2-C2-porque-maxima.pdf"))
% (defun cv () (interactive) (C) (ee-kill-this-buffer) (v) (g))
% (defun oe () (interactive) (find-2a '(o) '(e)))
%          (code-eec-LATEX "2025-2-C2-porque-maxima")
% (find-pdf-page   "~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf")
% (find-sh0 "cp -v  ~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf /tmp/")
% (find-sh0 "cp -v  ~/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf /tmp/pen/")
%     (find-xournalpp "/tmp/2025-2-C2-porque-maxima.pdf")
%   file:///home/edrx/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf
%               file:///tmp/2025-2-C2-porque-maxima.pdf
%           file:///tmp/pen/2025-2-C2-porque-maxima.pdf
%  http://anggtwu.net/LATEX/2025-2-C2-porque-maxima.pdf
% (find-LATEX "2019.mk")
% (find-Deps1-links "Caepro5 Piecewise2 Maxima2")
% (find-Deps1-cps   "Caepro5 Piecewise2 Maxima2")
% (find-Deps1-anggs "Caepro5 Piecewise2 Maxima2")
% (find-MM-aula-links "2025-2-C2-porque-maxima" "2" "c2m252porquemaxima" "c2pm")

% «.defs»		(to "defs")
% «.defs-T-and-B»	(to "defs-T-and-B")
% «.defs-caepro»	(to "defs-caepro")
% «.defs-pict2e»	(to "defs-pict2e")
% «.defs-maxima»	(to "defs-maxima")
% «.defs-V»		(to "defs-V")
% «.defs-toc»		(to "defs-toc")
% «.defs-toclines»	(to "defs-toclines")
% «.title»		(to "title")
% «.links»		(to "links")



\documentclass[oneside,12pt]{article}
\usepackage[colorlinks,citecolor=DarkRed,urlcolor=DarkRed]{hyperref} % (find-es "tex" "hyperref")
\usepackage{amsmath}
\usepackage{amsfonts}
\usepackage{amssymb}
\usepackage{pict2e}
\usepackage[x11names,svgnames]{xcolor} % (find-es "tex" "xcolor")
\usepackage{colorweb}                  % (find-es "tex" "colorweb")
%\usepackage{tikz}
%
% (find-LATEX "dednat7-test1.tex")
%\usepackage{proof}   % For derivation trees ("%:" lines)
%\input diagxy        % For 2D diagrams ("%D" lines)
%\xyoption{curve}     % For the ".curve=" feature in 2D diagrams
%
\usepackage{edrx21}               % (find-LATEX "edrx21.sty")
\input edrxaccents.tex            % (find-LATEX "edrxaccents.tex")
\input edrx21chars.tex            % (find-LATEX "edrx21chars.tex")
\input edrxheadfoot.tex           % (find-LATEX "edrxheadfoot.tex")
\input edrxgac2.tex               % (find-LATEX "edrxgac2.tex")
%
% (find-es "tex" "geometry")
\usepackage[a6paper, landscape,
            top=1.5cm, bottom=.25cm, left=1cm, right=1cm, includefoot
           ]{geometry}
%
\begin{document}

% «defs»  (to ".defs")
% (find-LATEX "edrx21defs.tex" "colors")
% (find-LATEX "edrx21.sty")

\def\drafturl{http://anggtwu.net/LATEX/2025-2-C2.pdf}
\def\drafturl{http://anggtwu.net/2025.2-C2.html}
\def\draftfooter{\tiny \href{\drafturl}{\jobname{}} \ColorBrown{\shorttoday{} \hours}}

% (find-LATEX "2024-1-C2-carro.tex" "defs-caepro")
% (find-LATEX "2024-1-C2-carro.tex" "defs-pict2e")

\catcode`\^^J=10
\directlua{dofile "dednat7load.lua"}  % (find-LATEX "dednat7load.lua")
\directlua{dednat7preamble()}         % (find-angg "LUA/DednatPreamble1.lua")
\directlua{dednat7oldheads()}         % (find-angg "LUA/Dednat7oldheads.lua")

% «defs-T-and-B»  (to ".defs-T-and-B")
\long\def\ColorDarkOrange#1{{\color{orange!90!black}#1}}
\def\T(Total: #1 pts){{\bf(Total: #1)}}
\def\T(Total: #1 pts){{\bf(Total: #1 pts)}}
\def\T(Total: #1 pts){\ColorRed{\bf(Total: #1 pts)}}
\def\B       (#1 pts){\ColorDarkOrange{\bf(#1 pts)}}

% «defs-caepro»  (to ".defs-caepro")
%L dofile "Caepro5.lua"              -- (find-angg "LUA/Caepro5.lua" "LaTeX")
\def\Caurl   #1{\expr{Caurl("#1")}}
\def\Cahref#1#2{\href{\Caurl{#1}}{#2}}
\def\Ca      #1{\Cahref{#1}{#1}}

% «defs-pict2e»  (to ".defs-pict2e")
%L dofile "Piecewise2.lua"           -- (find-LATEX "Piecewise2.lua")
%L --dofile "Escadas1.lua"           -- (find-LATEX "Escadas1.lua")
\def\pictgridstyle{\color{GrayPale}\linethickness{0.3pt}}
\def\pictaxesstyle{\linethickness{0.5pt}}
\def\pictnaxesstyle{\color{GrayPale}\linethickness{0.5pt}}
\celllower=2.5pt

% «defs-maxima»  (to ".defs-maxima")
%L dofile "Maxima2.lua"              -- (find-angg "LUA/Maxima2.lua")
\pu

% «defs-V»  (to ".defs-V")
%L --- See: (find-angg "LUA/MiniV1.lua" "problem-with-V")
%L V = MiniV
%L v = V.fromab
\pu

% «defs-toc»  (to ".defs-toc")
% (find-es "tex" "hyperref-hyperlink")
\def\linktopage#1#2{\hyperlink{page.#1}{#2}}
\def\mytocslide#1#2#3{\par\linktopage{#1}{#3} \dotfill \; \linktopage{#3}{#3}}


% «defs-toclines»  (to ".defs-toclines")
% (c2m242introp 2 "defs-toclines")
% (c2m242introa   "defs-toclines")
% (c2m241introp 2 "defs-toclines")
% (c2m241introa   "defs-toclines")
%L dofile "TocLines2.lua"   -- (find-angg "LUA/TocLines2.lua" "dednat6")
%L toclines = TocLines.new(status.filename)
%L TocLines.fmts["slide"]   = "\\toclineslidetex  {<body>}{<page>}\n"
%L TocLines.fmts["slident"] = "\\toclineslidenttex{<body>}{<page>}\n"
\pu
\input 2024-2-defs-toc.tex   %  (find-angg "LATEX/2024-2-defs-toc.tex")

\def\tabl#1{\begin{tabular}{l}#1\end{tabular}}
\def\tabc#1{\begin{tabular}{c}#1\end{tabular}}
\def\und #1#2{\underbrace{#1}_{#2}}
\def\undl#1#2{\underbrace{#1}_{\tabl{#2}}}
\def\undc#1#2{\underbrace{#1}_{\tabc{#2}}}
\def\rarr{\ColorRed{⇒}}
\def\P#1{\left( #1 \right)}

\newpage %-- title

%  _____ _ _   _                               
% |_   _(_) |_| | ___   _ __   __ _  __ _  ___ 
%   | | | | __| |/ _ \ | '_ \ / _` |/ _` |/ _ \
%   | | | | |_| |  __/ | |_) | (_| | (_| |  __/
%   |_| |_|\__|_|\___| | .__/ \__,_|\__, |\___|
%                      |_|          |___/      
%
% «title»  (to ".title")
% (c2m252porquemaximap 1 "title")
% (c2m252porquemaximaa   "title")

\thispagestyle{empty}

\begin{center}

\vspace*{1.2cm}

{\bf \Large Cálculo 2 - 2025.2}

\bsk

Aula 0: Porque Maxima?

\bsk

Eduardo Ochs - RCN/PURO/UFF

\url{http://anggtwu.net/2025.2-C2.html}

\end{center}

\newpage %-- links

% «links»  (to ".links")
% (c2m252porquemaximap 2 "links")
% (c2m252porquemaximaa   "links")

{\bf Links}

\scalebox{0.6}{\def\colwidth{16cm}\firstcol{
}\anothercol{
}}

\newpage %-- eu-aprendi-no-youtube

% «eu-aprendi-no-youtube»  (to ".eu-aprendi-no-youtube")
% (c2m252introp 46 "eu-aprendi-no-youtube")
% (c2m252introa    "eu-aprendi-no-youtube")

\SLIDE{Eu aprendi no Youtube}

\scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{

{\bf Continuação 1:}

Algumas horas depois a pessoa me manda o link do vídeo e diz ``vê o
trecho que começa no 4:35''. Eu assisto, confirmo que era mais um caso
de ``level reduction'', 

{\bf Continuação 2:}

Em todas as aulas depois desse dia eu peço de novo pra pessoa me
mandar o link do vídeo, explico de novo as razões, e imploro de
joelhos... e um mês depois ela me manda O NOME DE UM CANAL.




Muito ódio

}\anothercol{
}}




\newpage %-- mao-direita

% «mao-direita»  (to ".mao-direita")
% (c2m252porquemaximap 4 "mao-direita")
% (c2m252porquemaximaa   "mao-direita")

% (c2m252introp 47 "mao-direita")
% (c2m252introa    "mao-direita")

\SLIDE{Nem que seja pra salvar a sua mão direita}

\scalebox{0.475}{\def\colwidth{12cm}\firstcol{

{}

As pessoas são muito diferentes, e às vezes uma pessoa faz algo que é
natural pra ela mas que pra gente não faz sentido nenhum, e a gente
leva anos pra começar a entender como ela estava pensando... deixa eu
dar alguns exemplos.

\begin{itemize}

\item Os meus coleguinhas não me mostravam nada do material dos cursos
  deles ``porque eu não merecia'',

\item pra mim era natural levar a Selana pras aulas extras de dúvidas
  que eram no container perto da quadra porque aparentemente todos os
  alunos adoravam ela,

\item pra várias pessoas do PURO era tão óbvio que eu precisava ser
  punido que elas resolveram fazer um monte de coisas -- inclusive
  abrir um processo administrativo contra mim -- baseadas em acusações
  falsas.

\end{itemize}

Agora deixa eu contar uma coisa que me dá \standout{MUITO} ódio.
Durante anos eu nem demonstrei que eu ficava com ódio e aí ninguém
sabia, mas acho que agora tá na hora de contar.

\ssk

Desde o início da pandemia -- em 2020 -- eu comecei a pedir pros
alunos me mostrarem o material dos cursos dos outros professores... e
de lá pra cá eu só consegui que me mostrassem um PDFzinho que o
Fabinho disribuiu, uma foto de um quadro do Reginaldo, uma folha de
exercícios do Antônio, e um aluno me mostrou uma página de um caderno
dele -- {\sl quatro coisas pequenas em seis anos}.

}\anothercol{

{}

Pros alunos é natural eles não mostrarem nada -- mas pra mim é
absurdo, surreal, e super-hiper-mega-péssimo.

\ssk

Lembra que muitas às vezes os alunos acham que o que eu tou
apresentando nas minhas aulas tá ERRADO -- por exemplo, algo sobre a
Regra da Cadeia -- porque não parece com o método pra Regra da Cadeia
que eles aprenderam nas aulas de algum outro professor -- digamos, o
Antônio...

\ssk

Se eles me mostrassem o caderno deles de quando eles fizeram aula com
o Antônio a gente resolveria isso super rápido -- eu confirmaria que o
método que eles aprenderam é uma ``level reduction'', como nestes links,

\msk

\par \Ca{RestIsAlgebraP70} (p.53) 3.6 Level Reduction
\par \Ca{RestIsAlgebraP75} (p.58) but at the next level, a square is a special case of a rectangle
\par \Ca{RestIsAlgebraP76} (p.59) various devices such as color
\par \Ca{RestIsAlgebraP77} (p.60) resort to learning procedurally to gain the pleasure of passing tests

\msk

eu mostraria a parte da figura que eles não aprenderam direito, eles
veriam num instante como todas as idéias se encaixam, {\sl e eu teria
  mais um exemplo pro artigo que eu tou escrevendo}...

\ssk

Só que os alunos do PURO não me mostram o material das aulas que eles
fizeram com outros professores de jeito nenhum, mesmo que eu passe o
semestre inteiro pedindo pelamordedeus pra eles mostrarem... eu não
sei direito porquê porque eles não explicam direito, mas eu ACHO que é
10\% por desorganização, 10\% vergonha e 80\% porque eles são
obcecados por privacidade, tipo porque eles têm medo de serem
processados, algo assim...

}}


\newpage %-- mao-direita-2

% «mao-direita-2»  (to ".mao-direita-2")
% (c2m252introp 48 "mao-direita-2")
% (c2m252introa    "mao-direita-2")

\SLIDE{Nem que seja pra salvar a sua mão direita (2)}

\scalebox{0.5}{\def\colwidth{11.5cm}\firstcol{

Então eu vou fazer o seguinte: toda vez que algum aluno me disser algo
como ``isso que você tá mostrando não parece com como a gente viu esse
assunto nas aulas do Antônio'' eu vou interpretar como se ele
estivesse me dizendo uma versão curta disto aqui:

\begin{itemize}

\item isso que você tá mostrando não parece com como a gente viu esse
  assunto nas aulas do Antônio,

\item isso que você tá mostrando tá ERRADO,

\item o que eu aprendi com o Antônio é que tá certo,

\item eu não lembro direito como eu aprendi isso nas aulas do Antônio,

\item eu não vou te mostrar nada do que eu lembro,

\item eu não vou te mostrar o meu material das aulas do Antônio - nem
  o meu caderno e nem as folhas que ele distribuía - e nem vou
  explicar porquê que eu não vou mostrar... vou só ficar te enrolando
  toda vez que você pedir.

\end{itemize}

Eu vou usar uma expressão bem pesada pra me referir a isso - baseada
numa cena que eu imaginei uma vez quando eu tava tendo um ataque de
ódio sozinho lembrando disso... a expressão é "nem que seja pra salvar
a sua mão direita". Obs: só a Selana me assistiu tendo esse ataque de
ódio.

}\anothercol{

Imagina que eu e os meus colegas/capangas sabemos que você guarda o
seu caderno da matéria que matéria que você fez com o Antônio na sua
casa. A gente entra lá, encosta as costas da sua mão esquerda na
parede, e dá um tiro na palma da sua mão esquerda... e a gente diz:
mostra pra gente o seu caderno da matéria com o Antônio senão a gente
fura a sua outra mão.

\msk

\standout{Nessa situação você mostraria o caderno?} Seja sincero: NÃO,
NÉ?... E aí a gente te pergunta porque você não quer mostrar, e você
não consegue explicar... e a gente dá um tiro na palma da sua mão
direita.

\msk

Esse exemplo é meio bruto mas ele serve pra gente pensar em termos de
\standout{atenuantes}. Normalmente você teria medo de ser processado
se mostrar o seu caderno da matéria do Antônio, mas ninguém tem como
processar você {\sl por ter mostrado o seu caderno pra pessoas que já
  deram um tiro na palma da sua mão e tão ameaçando atirar na palma da
  sua outra mão...} né?

\bsk

Agora quando algum aluno me disser ``isso não parece com o que eu
aprendi na matéria do Fulano'' eu não vou mais ficar implorando pra
ele me mostrar o que ele aprendeu na matéria do Fulano, porque hoje em
dia eu já sei que não adianta... eu vou responder ``tá, mas você não
vai me mostrar o que você aprendeu na matéria do Fulano {\sl nem que
  seja pra salvar a sua mão direita}, né? \standout{ENTÃO FODA-SE}.''

}\anothercol{
}}



\newpage %-- um-mundo-sem-lei

% «um-mundo-sem-lei»  (to ".um-mundo-sem-lei")
% (c2m252introp 46 "um-mundo-sem-lei")
% (c2m252introa    "um-mundo-sem-lei")

\SLIDE{Um mundo sem lei}

\scalebox{0.4}{\def\colwidth{13cm}\firstcol{

{}

Deixa eu começar com uma historinha que é fácil de entender. Em 2013 e
2014 tavam acontecendo montes de protestos no Rio. Eu tava indo em
todos os protestos que eu podia, e eu tava tentando ajudar as pessoas
de lá que faziam denúncias importantes a deixar as denúncias delas
mais visíveis na internet... tem vários links sobre isso na minha
página principal.

\ssk

Aí em 2014 a minha irmã organizou um almoço de família na casa dela, e
na conversa eu descobri que ela achava que se um deputado consegue R\$
50 milhões pra um hospital e desvia o dinheiro isso é grave sim, mas é
culpa do povo, que ``votou errado'', e esse deputado tem que ser
julgado, mesmo que isso leva 20 anos e tenha 99\% de chance do processo
não dar em nada. Aí alguém mencionou um protesto na Cinelândia que
teve dezenas de milhares de pessoas e alguém no protesto pichou uma
parede, e a minha irmã ficou tão vermelha de ódio que parecia que ela
ia explodir, e ela disse que TEM QUE MATAR ESSES
VAGABUNDOS!!!!!!!!!!!!, e aquilo me deu engulhos, a gente discutiu, e
isso foi um dos (muitos) motivos pelos quais a gente acabou se
afastando.

\ssk

A melhor coisa que eu escrevi naquela época sobre ``tem que matar
esses vagabundos!!!'' foi numa discussão no Facebook. É curtinha, tá
aqui, leia --

\ssk

\url{https://anggtwu.net/uma-policia-que.html}

\msk

Eu contei essa história porque as pessoas têm noções diferentes do que
é ``ético'' e ``anti-ético'', e na maior parte das vezes elas acham
que a noção delas é não só ``certa'' como ``óbvia'', e não conseguem
explicar ela pros outros.

\msk

Em uma das reclamações contra mim no fim de 2022.1 -- pouco depois da
reunião em que eu fui massacrado e em que alguns colegas me mandaram
reprovar todos os alunos que não soubessem o suficiente da matéria, o
que tá dando merda até hoje -- um aluno disse que eu ficava falando mal
de outros professores, e que isso era anti-ético... e depois teve
vários casos de reclamações falsas contra mim -- veja aqui:

\ssk

%    https://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html
\url{https://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html}


}\anothercol{

{}

Nos slides anteriores a este eu contei que os alunos não me mostram
material dos outros cursos que eles fizeram de jeito nenhum, ``nem que
seja pra salvar a sua mão direita''... eu ACHO que eles acham que
mostrar material de outros professores é não só anti-ético como
GRAVÍSSIMO, mas fazer acusações falsas na coordenação não é grave,
colar na prova também não é grave, e denunciar um colega é MUITO,
MUITO, MUITO grave -- e eles não podem nem mesmo olhar muito feio pra
alguém que cola, ou que faz acusações falsas, ou, sei lá, talvez elas
acham que não é problema delas se um colega mente, rouba, mata ou
estupra - violar a privacidade dele contando alguma coisa é tão, tão,
TÃO grave que elas não podem fazer nada, elas só podem esperar que ou
a Polícia ou a Justiça Divina resolvam o problema... ``não é problema
delas'', ``elas não podem fazer nada'', ``é melhor elas não se
meterem'', etc, etc.

\ssk

Pra mim isso é uma ``ética'' PÉSSIMA, que até faria algum sentido num
mundo em que as autoridades fossem boas em resolver os problemas, mas
que é totalmente inadequada num ``mundo sem lei'' -- como o PURO.

\bsk

Um dos objetivos desse curso é você virar ``uma pessoa com quem vale a
pena estudar'' -- isso está no final da Dica 7 -- e uma pessoa que se
expõe e em quem todo mundo confie. Se você aprender rápido a fazer
``perguntas boas'' isso vai ser fácil -- você vai ter montes de
motivos pra ser honesto -- mas se você não aprender a fazer
``perguntas boas'' até o final do primeiro mês de aulas aí você vai
ter todos os motivos pra NÃO ser honesto -- pra você o custo
psicológico de fazer uma pergunta vai ser altíssimo e o custo
psicológico de colar e de fazer acusações falsas vai ser quase zero,
porque afinal de contas você quer passar no curso, e os seus colegas
não vão nem olhar muito feio pra você... então eu é que vou ter que
fazer alguma coisa: se você chegar no final do primeiro mês de aula e
ainda não tiver aprendido a ``fazer perguntas boas'' EU VOU COMEÇAR A
TRATAR VOCÊ TÃO MAL QUANTO EU PUDER. Então: CORRA PRA APRENDER, e se
você não tiver aprendido até o final do primeiro mês mude pra outra
turma -- você vai ser bem mais feliz lá e eu vou ser bem mais feliz
com você lá.

}}




\newpage %-- a-linha

% «a-linha»  (to ".a-linha")
% (c2m252introp 46 "a-linha")
% (c2m252introa    "a-linha")

\SLIDE{You have to draw the line somewhere}

\scalebox{0.425}{\def\colwidth{8.25cm}\firstcol{

{}

No livro da Liping Ma (link: \Ca{LipingMa}) ela faz uma coisa que eu
achei genial e muito impressionante: ela explica um monte de conceitos
de Educação Matemática que se aplicam a todos os níveis {\sl usando só
  exemplos de aritmética.} Neste slide eu vou fazer algo parecido.

\ssk

Praticamente todos os alunos estão chegando em Cálculo 2 ``sem base''
porque tiveram um Ensino Médio muito ruim, mas alguns estão chegando
``totalmente sem base''.

\ssk

Imagina que o Tiago é um aluno ``totalmente sem base'', no seguinte
sentido: ele sabe resolver $2+x=5$ usando esse método aqui,
%
$$\begin{array}{rcl}
  2+x &=& 5 \\
    x &=& 5-2 \\
      &=& 3 \\
  \end{array}
$$

mas se a gente pede pra ele substituir o $x$ do $2+x=5$ por 3 ele não
faz a menor idéia do que isso quer dizer, e se a gente pede pra ele
testar o resultado dele ele só sabe fazer isso repetindo os mesmos
passos e vendo se ele chega no mesmo resultado que antes... conceitos
como ``prova real'' não fazem sentido nenhum pra ele.

}\anothercol{

{}

O Tiago fez C2 comigo, e a P2 tinha uma questão que dizia ``resolva
esta equação diferencial daqui e teste a sua solução''. O Tiago tentou
resolver a equação diferencial pelo método que ele conhecia e chegou
num resultado totalmente errado, o no item do ``teste a sua solução''
ele fez algo totalmente sem pé nem cabeça e terminou o item escrevendo
``o resultado do item anterior é solução da equação diferencial'' --
{\sl porque ele achou que na vista de prova ele poderia fingir que só
  cometeu um errinho de conta mas fora isso ele sabia todo o resto}.

\bsk

O Tiago acha que o objetivo do curso de C2 é só você passar em C2,
mesmo que você cole na prova.

\bsk

Os alunos que são ``sem base'' mas não são ``totalmente sem base''
sabem que eles aprenderam um monte de métodos que eles não entenderam
direito, mas eles têm uma noção de que ``decorar'' e ``entender'' são
coisas bem diferentes. {\sl O Tiago não} -- ele não faz idéia do que
seja ``entender'' algo de matemática, ele só decora métodos e acha que
não existe outro modo... ou se existir outro modo ele é só pra gênios.

\ssk

O Tiago tem certeza absoluta de que o erro dele na prova era um erro
pequeno, mas por aquele erro e por outros dá pra ver que ele estava
num nível baixíssimo...

}\anothercol{

{}

O pessoal que trabalha com alfabetização tem uma noção muito boa de
níveis e dos erros típicos de cada nível. Dê uma lida no
\Ca{LemleGTAp20} -- essa página tem este trecho:

\begin{quote}
  Quando o alfabetizando não dá esse passo e aferra-se à primeira
  hipótese, ele comete falhas típicas de leitura e de escrita. Vamos
  analisar e compreender a lógica dessas falhas.
\end{quote}

{\sl Não é fácil passar do nível em que a gente ``decora métodos'' pro
  nível em que a gente ``entende os conceitos''.}

\bsk

O pessoal de Educação Matemática tá há décadas estudando como fazer
essa passagem de nível acontecer. Aprender a ``entender'' na verdade é
aprender um monte de técnicas diferentes -- por exemplo especializar,
generalizar, fazer hipóteses e testá-las, entender definições, fazer
definições e testá-las, abstrair, traduzir, objetificar, reificar,
subjetificar, expandir, contrair, etc... estes dois livros têm
bastante material sobre isso -- \Ca{Sfard}, \Ca{TallAMT} -- e às vezes
a melhor figura pra visualizar um conceito {\sl agora} é diferente da
melhor figura {\sl de um ano atrás}, porque a figura de agora é gerada
por um programa que não existia há um ano atrás...

}\anothercol{

}}



\newpage %-- a-linha-2

% «a-linha-2»  (to ".a-linha-2")
% (c2m252introp 50 "a-linha-2")
% (c2m252introa    "a-linha-2")

\SLIDE{You have to draw the line somewhere (2)}

\scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{

{}

Eu tenho trabalhado bastante em métodos pra fazer os alunos sem base
``mudarem de nível'' em C2, mas os meus métodos não funcionam com todo
mundo...

\ssk

Eu também tenho trabalhado em jeitos de classificar os alunos e traçar
uma linha divisória que me permita desistir de alguns alunos. Eu
comecei a aprender a pensar nesses termos quando eu li a entrevista da
Rev.\ Korda da CoE que tinha estre trecho:

\bsk

\$@: What about your average American kid who comes across this and
says: "Oh, this is just some queer church trying to justify their
homosexual activities." The Rush Limbaugh, conservative, right-wing,
middle America... living off of Big Macs for most of his life. He sees
no reason to change because life for him is really good. What would
you tell him? How would you go about converting someone like this?

}\anothercol{

{}

CK: I don't know what I would say to this hypothetical young folk.
Part of running a church is being able to gauge who you can convert
and who you can't, and concentrating on those you have some hope for.
\ColorRed{You have to draw the line somewhere.} There are several
people that I have to draw the line with and realize that I can't
help. I'm a very compassionate and open-minded person. I've spent a
vast amount of my life energy trying to help the earth, but I have to
draw the line somewhere. \ColorRed{No one has infinite energy, and you
  have to say, ``alright, this person is not listening to what I have
  to say.''}


\bsk

(Maxima, chutar e testar, perguntar...)


}}


\newpage %-- a-linha-3

% «a-linha-3»  (to ".a-linha-3")
% (c2m252introp 51 "a-linha-3")
% (c2m252introa    "a-linha-3")

\SLIDE{You have to draw the line somewhere (3)}

\scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{

Viciados em ChatGPT e TikTok

% (find-es "gimp" "sandman_03_p26")
% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf")
$$\includegraphics[width=8cm]{2025-2-C2-intro/sandman_03_p26.pdf}$$

}\anothercol{
}}




\newpage %-- ratos

% «ratos»  (to ".ratos")
% (c2m252introp 44 "ratos")
% (c2m252introa    "ratos")

\SLIDE{Os piores ratos do mundo}

\scalebox{0.45}{\def\colwidth{8cm}\firstcol{

Isso aqui é um rato:

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf")
$$\includegraphics[height=2cm]{2025-2-C2-intro/pet_rat.pdf}$$

Isso aqui é um labirinto:

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf")
$$\includegraphics[height=2.5cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-labirinto.pdf}$$

O rato é muito legal! Você bota ele no labirinto e toda vez que ele
chega num beco sem saída ele procura outro caminho, até conseguir sair...

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf")
$$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-rato.pdf}$$

}\anothercol{

{}

De uns tempos pra cá tem acontecido uma coisa apavorante com os alunos
da Engenharia de Produção. Uns 40\% deles se comportam assim:

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf")
$$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-rato-aluno.pdf}$$

Eles tentam fazer uma coisa, seguem um caminho errado, chegam num beco
sem saída, E PÁRAM -- eles não conseguem recuar, não conseguem tentar
outro caminho de jeito nenhum... eles ficam completamente paralisados.
Eu ainda estou tentando entender porque isso acontece, mas é difícil
entender, porque eles não explicam...

\msk

Eles são ``os piores ratos do mundo''.

\bsk

Meses depois alguns desses alunos fizeram uma reclamação na
coordenação e eu respondi. Ó, leia:

\ssk

%    http://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html#macaco
\url{http://anggtwu.net/2025-oficio-da-EP-resp.html\#macaco}


}\anothercol{

{}

Parece que eles acham humilhante fazer hipóteses e testá-las. E por
umas outras coisas que eles disseram eu vi que eles acham que eles têm
que decorar métodos, e em cada problema eles têm que aplicar ``O
Método''...

\msk

Eu tenho conversado com um monte de especialistas em Educação
Matemática, tenho lido um monte de livros e artigos -- os melhores
estão aqui:

\ssk

% http://anggtwu.net/2025.2-C2.html#o-metodo
\url{http://anggtwu.net/2025.2-C2.html\#o-metodo}

\msk

e tou tentando fazer um vídeo e um artigo sobre esse problema e alguns
modo de lidar com ele. Mais notícias em breve!


\bsk

Nesta foto do Uilson com os alunos dele

$$\text{[Uilson com alunos felizes]}$$

os alunos estão felizes porque conseguiram fazer um projeto de uma
ponte estaiada praticamente sozinhos. {\sl Eles conseguiram fazer isso
  porque eles já são bastante independentes -- eles já são muito bons
  em fazerem hipóteses e testá-las!}

}}


\newpage %-- qca-e-mapa

% «qca-e-mapa»  (to ".qca-e-mapa")
% (c2m252introp 45 "qca-e-mapa")
% (c2m252introa    "qca-e-mapa")

\SLIDE{Um mapa das idéias do vídeo}

\scalebox{0.6}{\def\colwidth{9cm}\firstcol{

A primeira idéia do vídeo que eu tou preparando é essa aqui:

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf")
$$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-QCA.pdf}$$

Esse gráfico mostra dois jeitos de você lidar com o curso de C2. No
jeito 1 você gasta um pouco menos de tempo estudando, mas a quantidade
de coisas aprendidas (úteis) é bem pequena. No jeito 2 você gasta um
pouquinho mais de tempo estudando mas a QCA é muitíssimo maior.

% (find-extra-file-links "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf")
% (find-pdf-page         "~/LATEX/2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf")
$$\includegraphics[height=3cm]{2025-2-C2-intro/2025-C2-mapa-peq.pdf}$$

}\anothercol{
}}






\newpage %-- diploma

% «diploma»  (to ".diploma")
% (c2m252introp 48 "diploma")
% (c2m252introa    "diploma")
% (find-TH "2025-alex-bob-e-diploma")

\SLIDE{Alex, Bob e diploma}

\scalebox{0.35}{\def\colwidth{16cm}\firstcol{

\begin{enumerate}

\item O Alex acha que um diploma da UFF de Rio das Ostras vale muito.

\item O objetivo do Alex é passar nas matérias com o mínimo de esforço
  -- porque ele acha que isso vai fazer ele conseguir
  estágios e depois empregos].

  % (find-TH "2012-delpupo" "faxineiros")
  % http://anggtwu.net/2012-delpupo.html#faxineiros
  \url{http://anggtwu.net/2012-delpupo.html\#faxineiros}

\item O Alex faz Cálculo 2 comigo, e ele resolveu que só vai estudar
  os capítulos do Stewart que correspondem aos itens do 
  programa oficial do curso.

\item A P2 tem uma questão que pede pra ele encontrar a solução de uma
  equação diferencial {\sl e testá-la}.

\item Ele faz um monte de erros de conta, chega na solução errada, e
  na hora de testar a solução ele faz umas gambiarras {\sl e finge que
    o teste deu certo}.

\item Na vista de prova ele tenta me convencer de que os erros eram
  pequenos e que ele "seguiu o método" - ele diz "eu aprendi assim".

\item O Alex odiava as aulas que tinham exercícios em grupo em que as
  pessoas tinham que discutir e perguntar.

\item O Alex estudava depois, em casa, usando o Youtube e o ChatGPT.

\item {\sl Era chato e ele estudava pouco}.


\end{enumerate}

}\anothercol{

\begin{enumerate}
  \item O Bob sabe que o diploma vale pouco e que ele tem que aproveitar a faculdade pra aprender o máximo possível.
  \item O Bob sabe que quando ele for tentar conseguir estágios e empregos as pessoas vão avaliar se ele sabe fazer relatórios impecáveis.
  \item O Bob entende que um dos objetivos de Cálculo 2 é você aprender a fazer contas enormes fáceis de revisar e de testar.
  \item O Bob percebe que as técnicas pra "fazer contas enormes fáceis de revisar e de testar" são parecidas com as pra "fazer relatórios impecáveis".
  \item O Bob viu em alguns exercícios que alguns métodos que ele achava que funcionava davam resultados errados.
  \item O Bob aprendeu um monte de métodos novos e um monte de métodos melhores, e ele aprendeu a testar tudo.
  \item O Bob empacou muitas vezes mas ele aprendeu a perguntar.
  \item Várias perguntas do Bob eram péssimas mas aos poucos ele foi aprendendo a fazer perguntas melhores.
  \item Os colegas do Bob ficaram gratos ao Bob porque muitas vezes ele fez as perguntas que ninguém tinha coragem de fazer.
  \item Várias dessas perguntas eram sobre coisas que os livros fingiam que eram óbvias.
  \item Várias dessas perguntas eram sobre coisas que não estavam bem explicadas em lugar nenhum.
  \item O Bob entendeu que muitas pessoas estão fazendo "material didático complementar" que usa computadores.
  \item O Bob entendeu que muitos exemplos bons gerados por programas de computador não existiam há um ano atrás.
  \item O Bob entendeu que aprender programas de computação simbólica ia ser muito útil.
  \item O Bob sabe que umas matérias são mais chatas e outras são mais legais mas ele aprendeu a fazer algumas matérias ficarem mais legais.
\end{enumerate}

}}





\newpage %-- sistema

% «sistema»  (to ".sistema")
% (c2m252introp 46 "sistema")
% (c2m252introa    "sistema")
% (find-TH "2025-por-favor-confirme" "sistema")

\SLIDE{Historinha sobre o sistema}

\scalebox{0.45}{\def\colwidth{12.25cm}\firstcol{

{}

O Alex, o Bob e mais três colegas que estudaram junto com eles
começaram a estagiar na mesma empresa. A principal tarefa deles é
coletar dados e pôr esses dados no sistema da empresa, que é super mal
feito. Além disso a documentação dele é incrivelmente ruim, e é a
coisa mais chata de ler do mundo.

\msk

Esse sistema foi feito pelo programador principal da empresa, o
programador Fulano, e o sistema se chama FuDados.

\msk

O Alex está tentando entender o sistema sozinho usando o ChatGPT e o
Claude Code. O Bob tentou entender o sistema sozinho durante um tempo
mas depois ele começou a mandar umas perguntas por e-mail pro
programador Fulano, com cópia pra toda a equipe.

\msk

As respostas do programador Fulano eram muito mais legíveis do que a
documentação que ele tinha escrito antes. Um problema que o Fulano
teve quando ele estava escrevendo a documentação original era que ele
não sabia pra quem ele estava escrevendo, e é muito difícil a gente
escrever algo decente quando a gente não tem idéia de pra quem a gente
está escrevendo, e a gente fica lembrando de pessoas que queriam que a
gente escrevesse numa linguagem formal, pomposa e chata -- como por
exemplo a do livro de GA do Venturi:

\ssk

\Ca{VenturiGA}

\msk

Agora quando o Fulano escreve alguma coisa pra empresa --
documentação, telas do sistema, e-mails -- ele imagina que está
escrevendo pro Bob, e tudo ficou muito melhor. O Bob também perdeu o
medo, e agora ele também escreve bem mais rápido.

}\anothercol{

{}

Os colegas do Bob também ficaram super gratos ao Bob, e agora eles se
ajudam, conversam, e trocam favores -- exceto pelo Alex, que continua
fazendo tudo sozinho com o ChatGPT e o Claude Code.

\msk

Como é que o Bob aprendeu a perguntar? Será que ele já nasceu sabendo?
\standout{Não!!!} Quando ele entrou pra faculdade ele era péssimo, ele
era quase que patologicamente tímido, e quando ele tinha dúvidas ele
achava quase todas as dúvidas dele muito ruins. Mas ele viu que se ele
estudasse sozinho bastante ele conseguia responder 90\% das dúvidas
dele ele mesmo, e ele começou a tentar reescrever as outras dúvidas
várias vezes até elas virarem dúvidas das quais ele não se
envergonhasse muito...

\msk

Tanto o Bob quanto os colegas dele cresceram assistindo séries que
tinham garotos calados que um dia faziam uma pergunta genial e aí um
professor descobria eles e acabava mandando eles pro MIT. Durante um
tempo o Bob ficou tentando preparar perguntas geniais, mas ele viu que
era bem raro ele ter perguntas geniais, e ele começou a investir mais
energia nas perguntas que podiam parecer bobas mas que possivelmente
eram dúvidas que outras pessoas também tinham, e isso deu super certo.

\msk

Além disso o Bob prestava muita atenção nas perguntas dos outros, e
ele foi descobrindo um monte de técnicas pra fazer perguntas que ele
achasse boas... por exemplo, ele aprendeu a fazer perguntas que
mostravam o que ele sabia o que não, o que ele tinha entendido, e onde
ele tinha empacado.

\msk

{\sl O Bob aprendeu a fazer boas perguntas prestando atenção nas
  perguntas dos outros, e agora tanto o programador Fulano quanto os
  colegas do Bob -- exceto o Alex, claro -- estão aprendendo a fazer
  perguntas melhores prestando atenção nas perguntas do Bob.}

}}





\newpage %-- relatorios

% «relatorios»  (to ".relatorios")
% (c2m252introp 47 "relatorios")
% (c2m252introa    "relatorios")
% (find-TH "2025-por-favor-confirme" "relatorios")

\SLIDE{Historinha sobre relatórios}

\scalebox{0.5}{\def\colwidth{10cm}\firstcol{

{}

Nesta historinha o Alex e o Bob também estão tra\-ba\-lhan\-do no
mesmo lugar.

\ssk

Uma das tarefas que deram pro Alex e pro Bob é ve\-ri\-fi\-car se uma
certa máquina está funcionando direito. Essa máquina produz cabos pra
um submarino ROV; cada cabo que ela faz precisa ser testado, e quando
ela produz um cabo ruim ou o Alex ou o Bob precisam fazer um relatório
que vai ser lido pelo especialista naquela máquina, que vai usar o
relatório pra descobrir o que aconteceu com a máquina e consertá-la. O
Bob tem uma boa noção de como escrever relatórios que ajudem o
especialista a encontrar o defeito bem rápido, mas o Alex faz
relatórios que parecem com as provas de Cálculo que ele fazia na
faculdade... mais ou menos assim:

$$[rabiscos]$$

Quando o Alex fazia uma prova assim ele ia na vista de prova, dizia
pro professor que ele tinha estudado muito mas a letra dele era ruim,
e ele sempre conseguia convencer os professores de que aqueles
rabiscos tinham exatamente a resposta certa -- {\it afinal os
  professores não tinham como provar que a resposta certa não estava
  lá}. Mas na empresa isso não funciona -- os relatórios do Alex
deveriam servir pra economizar o tempo do especialista, mas eles não
estão servindo pra nada e estão só fazendo o especialista perder tempo
e ficar puto.

}\anothercol{

{}

Talvez o objetivo dos cursos de Cálculo 1 do PURO seja só ver se o
aluno ``sabia a matéria'' - e aí os rabiscos do Alex eram mais do que
suficientes pra ele passar. Mas os alunos têm que se formar sabendo
escrever "relatórios impecáveis que sejam úteis pra outras pessoas", e
nas matérias de 2o, 3o, 4o período, etc, os professores começam a
cobrar que as provas pareçam cada vez mais com ``relatórios impecáveis
que sejam úteis pra outras pessoas'' e cada vez menos com ``rabiscos''
-- e aos poucos os alunos vão aprendendo a escrever de jeitos cada vez
mais claros e legíveis.

\bsk

{\sl Eu ainda não consegui entender quais são os critérios de correção
dos meus coleguinhas que fazem parte das bancas de revisão de prova.}
Eles deveriam ter critérios que premiassem quem faz provas que parecem
com "relatórios impecáveis que sejam úteis pra outras pessoas" e
punissem provas difíceis de ler, com passos sem pé nem cabeça, ou com
indícios de cola, e imagino que eles deixem os critérios deles claros
nas turmas deles, nas matérias que eles dão... mas sei lá, não
consegui descobrir quase nada, nada faz sentido... veja aqui:

\bsk

\url{http://anggtwu.net/2025-06-26-bel.html}

}}



\newpage %-- confirme

% «confirme»  (to ".confirme")
% (c2m252introp 48 "confirme")
% (c2m252introa    "confirme")
% (find-TH "2025-por-favor-confirme")

\SLIDE{Por favor confirme...}

\long\def\QA#1#2#3{
  \par \ColorRed{Q#1:} #2
  \par \ColorRed{A#1:} {\bf #3}
  \msk
}

\scalebox{0.55}{\def\colwidth{10cm}\firstcol{

{}

\QA{1}{Você sabe que eu já dei essa optativa pra pessoas que sabiam só
  um pouquinho de Matemática Discreta e funcionou super bem?}
{SIM.}

\QA{2}{Você já ensinou alguma coisa de Matemática ou de Computação
  pra algum amigo seu?}
{SIM.}

\QA{3}{Você viu que você tinha que descobrir o que a pessoa sabia e o
  que ela não sabia pra encontrar as explicações que funcionassem?}
{SIM.}

\QA{4}{Você lembra que eu já disse várias vezes que essa optativa é
  pra pessoas de todos os níveis mas que eu preciso que as pessoas
  falem comigo pra eu descobrir o que elas podem fazer que esteja no
  nível delas?}
{SIM.}

\QA{5}{Você quer ser como o Bob das historinhas anteriores quando você
  crescer?}
{SIM.}

\QA{6}{Você está fazendo algo pra isso?}
{NÃO.}

}\anothercol{

{}

\QA{7}{Você gosta de conviver com pessoas que não vão falar com você
  de jeito nenhum?}
{NÃO.}

\QA{8}{Você costuma se imaginar no lugar dos outros?}
{SIM.}

\QA{9}{Você entende que muitas vezes a coisa mais importante numa
  pergunta é que ela faz com que a outra pessoa entenda como a gente
  está pensando?}
{SIM.}

\QA{10}{Se eu implorar de joelhos pra você fazer alguma pergunta -- no
  sentido acima -- pra mim você vai falar comigo e fazer alguma
  pergunta pra mim?}
{NÃO.}

\QA{11}{Se eu implorar de joelhos pra você me explicar porque é que
  você prefere não falar comigo você vai explicar?}
{NÃO.}

}}



\GenericWarning{Success:}{Success!!!}  % Used by `M-x cv'

\end{document}

% (find-pdfpages2-links "~/LATEX/" "2025-2-C2-porque-maxima")


% Local Variables:
% coding: utf-8-unix
% outline-regexp: "\\\\newpage"
% ee-tla: "c2pm"
% ee-tla: "c2m252porquemaxima"
% End: