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% (find-angg "LATEX/2009-defesa.tex") % (find-dn4ex "edrx08.sty") % (find-angg ".emacs.templates" "s2008a") % (defun c () (interactive) (find-zsh "cd ~/LATEX/ && ~/dednat4/dednat41 2009-defesa.tex && latex 2009-defesa.tex")) % (defun c () (interactive) (find-zsh "cd ~/LATEX/ && ~/dednat4/dednat41 2009-defesa.tex && pdflatex 2009-defesa.tex")) % (eev "cd ~/LATEX/ && Scp 2009-defesa.{dvi,pdf} edrx@angg.twu.net:slow_html/LATEX/") % (defun d () (interactive) (find-dvipage "~/LATEX/2009-defesa.dvi")) % (find-dvipage "~/LATEX/2009-defesa.dvi") % (find-pspage "~/LATEX/2009-defesa.pdf") % (find-pspage "~/LATEX/2009-defesa.ps") % (find-zsh0 "cd ~/LATEX/ && dvips -D 300 -o 2009-defesa.ps 2009-defesa.dvi") % (find-zsh0 "cd ~/LATEX/ && dvips -D 600 -P pk -o 2009-defesa.ps 2009-defesa.dvi && ps2pdf 2009-defesa.ps 2009-defesa.pdf") % (find-zsh0 "cd ~/LATEX/ && dvips -D 300 -o tmp.ps tmp.dvi") % (find-pspage "~/LATEX/tmp.ps") % (ee-cp "~/LATEX/2009-defesa.pdf" (ee-twupfile "LATEX/2009-defesa.pdf") 'over) % (ee-cp "~/LATEX/2009-defesa.pdf" (ee-twusfile "LATEX/2009-defesa.pdf") 'over) \documentclass[oneside]{book} \usepackage[latin1]{inputenc} \usepackage{edrx08} % (find-dn4ex "edrx08.sty") %L process "edrx08.sty" -- (find-dn4ex "edrx08.sty") \input edrxheadfoot.tex % (find-dn4ex "edrxheadfoot.tex") \begin{document} \input 2009-defesa.dnt %* % (eedn4-51-bounded) %Index of the slides: %\msk % To update the list of slides uncomment this line: %\makelos{tmp.los} % then rerun LaTeX on this file, and insert the contents of "tmp.los" % below, by hand (i.e., with "insert-file"): % (find-fline "tmp.los") % (insert-file "tmp.los") Podem pular em cima de mim e tentar arrancar as minhas orelhas E se o defeito deles for estrutural - como acredito que é - e eles simplesmente não souberem escrever, nem pensar claramemte? Eu não sei Que eu demorei muito pra entregar as P1s. Verdade. Assumo a culpa. Qual é a punição? By the way: eu perguntei isso pro Stéphane numa reunião que nós tivemos no semestre passado sobre os problemas dos meus cursos e ele disse que não era uma questão de ``punição'' - eu vi na hora que ele e eu estávamos usando o termo ``punição'' de modos diferentes, mas não deu pra gente esclarecer isto... por escrito é mais fácil, então agora vai: há vários níveis de ``punições'' e ``conseqüências''; desde os mais extremos e concretos, como demissão, até outros bem mais sutis, como passar a ser mal-visto socialmente, pelos colegas e alunos... e há um outro nível ainda um pouco mais sutil: é quando a gente introjeta a sensação de ser mal-visto e passa a sentir que todo mundo está olhando torto pra gente - aí a gente passa a dedicar quase toda a nossa energia Vergonha Síndrome do dever de casa Paralisia / pânico A síndrome da pergunta incompleta Como fazer com que os alunos fiquem à vontade pra perguntar, e façam perguntas respondíveis - isto é, que sejam frases inteiras... Uma das coisas mais desesperadoras de dar matérias pros primeiros períodos é ter que que lidar com alunos que apontam pra uma página de um livro, ou pra um rabisquinho num caderno, que eles já ``corrigiram'' (ou: ``borraram'') várias vezes, e aí fazem perguntas como: ``professor, isso aqui é a resposta''? A resposta pra QUÊ, caramba? Pra QUAL PERGUNTA? E se a resposta que eu estou esperando é um desenvolvimento de um raciocício, que que eu digo? Um aluno nessa situação está fazendo a pargunta mais rápida que ele consegue, acho, e aparentemente ele espera uma resposta que seja ``sim'' ou ``não''... e aí claro que eu nem sempre consigo adivinhar a coisa que o aluno semi-pensou, e tento fazer o aluno detalhar a pergunta, porque eu não sou telepata, aí nem sempre o aluno consegue, e aí um dia, quando eles fazem uma reclamação contra mim, um dos itens é que eu não entendo as perguntas e \bsk Existem regras sim, e eu reconheço a função delas. Regra do projeto de pesquisa Zona de penitência A ralé dos professores Prioridade: entregar o projeto de pesquisa 12 horas de aula, muitas vezes pra turmas enormes; no primeiro semestre os meus horários eram às 2as, 4as e 6as --- em 3 matérias diferentes, que eu nunca tinha dado --- e eu não tenho experiência Muitas das deficiências dos alunos de Cálculo 2 foram culpa minha Não acho que eu possa transferir a culpa toda pra eles --- cabe em parte a mim suprir os buracos conceituais deles no curso seguinte, já que eu estou com Cálculo 2 também... Cabe a mim estabeler as novas regras do curso, o padrão de exigência das provas, etc. Outro problema: como pontuar? Problema de C4: alguns alunos fizeram questões mal explicadas, mas acertaram muitas contas; outros explicaram muito bem, mas cometeram erros, e acabaram ficando com notas mais baixas. Idéia: ``erro conceitual grave'' (como o $f$ que some) Lista dos erros freqüentes (só dá pra fazer com a experiência) \bsk Os repetentes de um semestre A vão ser alunos de novo no período seguinte (``B''). Mesmo que eu tenha evidências enormes, cá com os meus botões, de que um aluno seja reprovado eu quero que ele aprenda o máximo possível no semestre A, e que ele refaça a matéria no semestre B com mais condições, e sem sentir que tem que trapacear pra passar. \bsk Método Stéphane --- os alunos estudam horrores, até na minha aula ``Eles são engenheiros, eles têm que acertar todas as contas'' --- não é verdade, eles são estudantes de engenharia, principalmente nos primeiros períodos... Se eles fossem engenheiros a gente poderia demitir todo mundo Contra que outros professores os alunos já fizeram reclamações formais? Relações entre as pessoas; direitos do consumidor; tratar os outros como profissionais incompetentes; o futuro não é brilhante, quem já esteve Lá Fora sabe, o mundo está em crise, cada um vai passar alguns períodos desempregado, será que a gente realmente quer tratar os desempregados como lixo, como pecadores? A universidade é um lugar de acesso a muitos modos de pensar --- inclusive modos de pensar sobre relações, pessoas, \bsk Stéphane como alguém muito mais responsável que eu \newpage Powerpointificação \msk Porque os alunos reclamam de uns professores e não de outros O prof A não ensina, mas passa todo mundo O prof B é rígido e inacessível, mas ele é ``sério'' e ``profissional'' O prof C não impõe moral O prof D cumpre toas as regras - como reclamar dele se as queixas que temos contra ele não são concretas - e por isso são todas refutáveis? O prof E é prático e faz o mínimo Só se aprende por pressão e medo - o resto é frescura \bsk Se as pessoas não conseguem entender que a matéria é difícil, que se ferrem na prova Se elas não conseguem me respeitar porque eu não sou um modelo conhecido, idem Elas nem sempre vão ter pressões explícitas: Caso 1: um trabalho com um patrão que fica em cima. Punição: demissão. Caso 2: trabalho de grupo. Punição: ser mal-visto. Caso 3: submeter um projeto. Punição: perder uma oportunidade. Caso 4: filhos. Punição por a gente não ser correto com eles, não dar atenção suficiente, etc: ??? \msk Até a noção de ``brincadeira'' dos engenheiros é completamente diferente da minha (teasing) \msk Porque você está querendo deixar a reclamação seguir adiante? Essa pergunta é quase ofensiva. Ela pressupõe que a minha atitude seja ingênua e impensada, e que eu deveria fazer X, Y, Z ``pra não ter trabalho''. Eu não te pergunto ``Porque você vai sair com a sua namorada?'' com tom de que você é um idiota, que sair com a namorada é um trabalho inútil... ``Sair com a namorada'' é algo reconhecido socialmente como algo bom. % \msk % % Porque eue estou cansado de viver cercado de gente burra como você, e % a cada vez que eu faço algo pra combater a burrice eu durmo bem de % noite. \bsk As conseqüências ruins ``concretas'' de deixar a reclamação seguir são pequenas: posso perder alguns pontos de ``bom comportamento'' no meu currículo, e possoperder alguns pontos de ``bom professor''... Mas quantos? Se encaminharmos a questão direito ela acaba sendo julgada por instâncias superiores; elas vão pedir que as partes se entendam (? - mais sobre isto depois), que cada uma desenvolva seus argumentos (o que é ótimo), e, pelo menos a partir de um certo nível, e podemos pedir que a questão ``suba''. Pode ser que as instâncias mais baixas julguem de forma puramente burocrática, pela aderência estrita e literal às regras, mas um pouco acima encontramos juízes que sabem que por trás das leis há o espírito das leis, que por trás da noção de Justiça há valores morais... [Citar Agra Belmonte] \newpage Eu não tenho a menor intenção de me esquivar das acusações com as quais eu concordei --- atrasos nas correções, não impôr disciplina, {\sl algumas} aulas mal-preparadas (na época do abstract)... Mas sobre questões como didática, pressão versus autonomia, etc, os juízes podem reconhecer que {\sl as partes querem se entender}, só precisamos de uma ajuda... Aí vem uma grande questão. Porque é que os alunos reclamaram através de um abaixo-assinado --- uma lista de itens --- pro Colegiado, ao invés de organizarem suas idéias de alguma outra forma e conversarem comigo? A sensação que eu tenho é que essa coisa dos itens --- que eu chamo de ``powerpointização'' --- tem a ver com a gente sentir que não pode expôr pro outro como a gente realmente pensa --- o nosso tom está errado, o outro vai ficar puto, vai começar a nos criticar e a nos cortar... então talvez a solução seja resumirmos ao máximo o que temos para dizer, a uma lista de itens, e o outro que se vire pra conectar estes itens como puder... Claro que dá um trabalho enorme pra gente aprender a pensar claramente, a falar de um modo que faça o outro pensar junto com a gente e seguir o nosso raciocínio, e a escrever de um modo parecido com o que a gente fala... mas esse trabalho começa {\sl de algum lugar}, e eu sei que os alunos já fazem isso em algumas situações... quando eles conversam entre si. A gente até acaba tendo algum acesso a como eles pensam sobre problemas matemáticos e computacionais: à medida que eles avançam no curso eles começam a escrever mais, e alguns ficam viciados num Português artificial e pomposo, mas outros aprendem a ser claros e fluentes... Será que algum dia a gente vai ter acesso ao que os alunos pensam sobre os cursos, os professores, a(s várias) didática(s), os trabalhos, as provas, etc? Me contaram que a Marcelle no final de um curso entregou umas folhinhas com umas perguntas como o que você achou do curso, de cada assunto, da abordagem, dificuldades, facilidades, críticas, sugestões, etc; as respostas, imagino, podiam ser anônimas ou não. Me contaram que muitas das respostas eram lixo, mas ela filtrou, e nas que não eram lixo tinham muitas coisas interessantíssimas, que ajudaram a melhorar o curso. Repara, a Marcelle abriu um certo tipo de canal de comunicação pros alunos... uma das bases dele é a bidirecionalidade --- eles tinham que ser capazes de escrever pensamentos inteiros sobre o curso (mesmo que fossem poucas frases) \msk O profissional que leva uma bronca e passa do errado pro certo (magicamente) Não tem mais essa coisa do pensar juntos Tudo é bom ou ruim O profissional não pode ter dúvida, não pode ser sincero (é fragilidade; sinceridade é manipulação em potencial) \msk Por enquanto eu não tou com energia pra me encaixar no código de comportamento dos alunos --- quando eu sair da zona de penitência sim Eu tou aqui compartilhando instrumentos \msk ``Eles são engenheiros, eles não podem errar contas, se alguém faz uma conta errada na prova e dá o resultado errado tá errado, babau'' Eles não são engenheiros --- eles são estudantes de engenharia \msk Mas deixa eu torcer esse argumento um pouco. ``Eles são engenheiros''... Então devem ser responsáveis --- ou melhor, {\sl consequentes}, isto é, capazes de pensar claramente sobre as conseqüências de cada coisa que eles fazem ou deixam de fazer, devem ser capazes de ser {\sl autônomos}, i.e., de funcionarem sem um chefe dando bronca, e devem ser capazes de lidar com situações do mundo real --- inclusive com pessoas que não se encaixam nos modelos que eles já conhecem. \msk Situação de emergência --- condições ruins, muita gente de saco cheio --- demissões são improváveis, está na hora de reconhecermos que estamos lidando com tipos de ``conseqüências'' que são mais sutis do que demissões --- a lógica dos direitos do consumidor não é a mais adequada agora --- está na hora de diálogo e acordos --- da mesma forma eu tento fazer os alunos verem que C4 é uma matéria que não dá pra aprender direito com pressa ou em pânico, e que não tem problema se várias pessoas vão gastar dois semestres ao invés de um. \msk ``Professor, a fórmula é essa?'' ``Como assim?'' ``É essa a fórmula? Se eu usar essa fórmula na prova está certo?'' Parece que os alunos --- alguns, claro --- acham que a matéria pode ser cada vez mais resumida, e que uma aula pode ser resumida a uma ou duas fórmulas que eles têm que decorar... como se dar uma aula de Cálculo fosse só encher lingüiça e inventar explicações longuíssimas sobre algo bem simples. É como se {\sl tudo} pudesse ser mais e mais resumido, sem limite; as queixas sobre o curso viram uma lista de tópicos; a matéria vira uma lista de fórmulas; o resultado é uma nota; o grande objetivo dos alunos é conseguirem um diploma, que aí magicamente vai dar pra eles um emprego, e daí dinheiro, estabilidade, etc, e aí lá no final eles morrem, pronto, só isso, a vida é assim \msk Em Cálculo 4 as fórmulas principais são incompreensíveis à primeira vista --- e durante bastante tempo, aliás. Por exemplo, % $$\iiint_B \nabla·\vec F \,dx\,dy\,dz = \iint_{\partial B} \vec F · \vec n\,dS $$ Nós passamos muito tempo no curso entendendo o que cada um desses símbolos queria dizer --- começando com casos muito simples, nos quais sabíamos qual deveria ser o resultado (por exemplo, uma integral num cubo $1×1×1$) %* \end{document} % Local Variables: % coding: raw-text-unix % ee-anchor-format: "«%s»" % End: