Terminações em "x"s e "@"sAlguns links: http://angg.twu.net/2021-cifuentes.html Minha resposta pro Cifuentes na logica-l *** https://silviacavalcante.blogspot.com/2020/10/diario-de-quarentena-sete-meses-depois.html *** https://www.facebook.com/alinepjsantana/posts/10218920314174902 O que eu já li de PcDs https://www.facebook.com/vinifmen/posts/3744281928962762 comentários do João Lucas https://www.facebook.com/pedroluis.cavalcante/posts/3601338349972008 Ato I - Uma professora https://www.facebook.com/bruna.sanches.9469/posts/3792881834080745 Respondendo a argumentos (15) https://www.facebook.com/araujobagno/posts/3437668349660877 Me pediram exemplos, aqui vão alguns (7) https://www.facebook.com/cuierparadiso/posts/10225359469123202 interessante do discurso destes meninos https://www.facebook.com/groups/366281126840335/?multi_permalinks=2330203480448080 farofa em farofe https://www.youtube.com/watch?v=RLEQFTDcbLI STF: TÁ LIBERADO O GÊNERO NEUTRO (Meteoro / Jana Viscardi) De: https://www.facebook.com/dantasdantasvieira/posts/3419253674806322 Eu sempre gostei das terminações em "@" porque eu via esse "@" como uma versão fácil de digitar do schwa, que é a vogal neutra em fonética... e as terminações em "x", como em "elx", me lembravam o jeito português de pronunciar plurais comendo a vogal antes do "s" chiado... E eu gostava dessa esquisitice dos "@"s e "x"s e da cara de coisa improvisada deles, de "estamos tentando representar graficamente uns truquinhos de pronúncia que não cabem no modo usual de escrever Português, mas cada um pronuncia como der, viu?..." Só que vi tanta, tanta, TANTA gente dizendo de @s e xs são IMPOSSÍVEIS DE PRONUNCIAR que eu fiquei sem graça de continuar defendendo eles em público... achei que eu ia passar por metido se eu mostrasse como é que pra mim os @s e xs tinham uma pronúncia natural pegada emprestada de outras línguas... e também passei a não dizer mais que eu achava os @s e xs fofos e divertidos e lúdicos porque comecei a achar que quando eu dizia isso era como se eu estivesse tirando onda dizendo que eu adoro uma matéria do colégio que TODO MUNDO odeia e tem trauma. https://en.wikipedia.org/wiki/Schwa https://medium.com/qg-feminista/escrever-com-x-n%C3%A3o-%C3%A9-linguagem-neutra-f40f715c0b29 https://www.youtube.com/watch?v=2jDSTkWxtlw Linguagem inclusiva (Marcos Bagno) https://www.youtube.com/watch?v=sXxxhDa0u3E Linguagem Neutra - ILE (Rosa Laura) Sobre softwares de leitura: acho que eu comecei a ouvir falar que eles lidam mal com terminações em "x" e "@" em 2015 ou 2016, e desde essa época eu venho pedindo links pra vídeos ou áudios mostrando como eles lidam com essas terminações - e ninguém nunca me mandou. Já googlei mil vezes e já tentei até instalar softwares de leitura no meu computador pra fazer os testes eu mesmo, mas eu só uso Linux e não tinha ninguém pra me orientar, aí achei difícil demais e acabei desistindo. O único artigo que eu já encontrei sobre isso até agora é este aqui, https://g1.globo.com/educacao/noticia/escrever-todxs-ou-amigs-prejudica-softwares-de-leitura-dizem-cegos.ghtml -> https://archive.md/wip/WFwQz que pelo menos tem o nome de UM software de leitura e os nomes de duas pessoas. Se você tiver mais informações entre em contato comigo. Eu acho que primeiro a linguagem neutra deveria se tornar comum nos grupos em que as pessoas tem muito contato com pessoas trans e NBs... nesses grupos as pessoas sabem que estão experimentando construções linguísticas novas e sabem tratá-las como gírias, neologismos, whatever, e sabem deixar a linguagem evoluir organicamente até que dê pra formalizar essas mudanças em regras. Mesmo nesses grupos ainda falta muito pras regras se definirem, e ainda rolam umas brigas. Por exemplo, eu odeio MUUUUUUUIIIIITOOOO elu/ile e coisas assim e eu adoro as terminações em "x" e "@". Outro dia eu consegui escrever bem uma parte dos meus argumentos como comentarios num post da Helena Vieira, e pus aqui: http://angg.twu.net/xs.html Eu conheco muitas pessoas que odeiam MUUUITOOO as terminações em "x" e "@". Em geral elas usam o argumento de que os leitores de tela não lidam direito com os "x"s e "@"s, e eu agora tou me permitindo dizer o quanto eu acho esse argumento humilhante. Eu tou há 5 anos pedindo um vídeo ou áudio que me mostre como os leitores de tela lidam com "x"s e "@"s e nnguém me arranja... cara, não é possível que ninguém tenha um amigo ou um amigo de amigo que saiba usar leitores de tela e pra quem possa pedir pra gravar um videozinho. Eu me sinto PÉSSIMO com isso - parece que não adianta eu mostrar os projetos de software livre dos quais eu participo ou já participei, o recado que essas pessoas me passam é: VOCÊ NÃO MERECE QUE EU GASTE 5 MINUTOS DO MEU TEMPO ESCREVENDO UMA MENSAGEM PRA PESSOA QUE EU CONHECO QUE TRABALHA COM CEGOS PRA ELA ENTRAR EM CONTATO COM VOCÊ. Só há umas duas semanas atras eu consegui entender - numa conversa num grupo fechado - porque é que elus e iles me incomodam tanto. Eu já disse que acho feio, mas entendi os motivos. Primeiro: elus e iles não têm nem a esquisitice nem a ludicidade dos "x"s e "@"s. Segundo: elus e iles parecem palavras mais ou menos normais, pelo menos em comparação com as palavras com "x"s e "@"s, e eu sempre fui tratado como muito doente e anormal por não conseguir funcionar como homem direito. Os "x"s e "@"s deixam essa anormalidade e essa esquisitice evidentes; os elus e iles dao a impressão de que agora toda a anormalidade acabou, agora os gêneros esquisitos são normais, e é pra gente esquecer o passado e passar a fingir que as cicatrizes nao existem mais. De: https://www.facebook.com/eduardo.ochs/posts/10224149673479261 Sobre linguagem neutra e "não é hora de discutir isso agora". Isto é um trecho do "Devassos no Paraíso", do João Silvério Trevisan. Nosso pequeno grupo se encontrava num impasse quando, em 8 de fevereiro de 1979, teve a oportunidade de estrear num debate público, na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, então um dos pulmões do progressismo oficial brasileiro. O auditório estava abarrotado. E nosso discurso político ainda não tinha amadurecido. À mesa, eu e outros representantes do grupo tínhamos tomado calmantes e alguns sofriam de diarreia. Como era de se esperar, as posições se encarniçaram. De um lado, estudantes e profissionais da esquerda universitária protestavam sua fidelidade ao dogma da luta de classes e ao carisma do proletariado. De outro, nós reivindicávamos a originalidade de nossa discussão e independência de nossa análise, não abrangidas necessariamente pela luta de classes, mas nem por isso menos preocupadas com a transformação social.[1] A primeira posição representava a "luta maior", segundo a qual haveria prioridades revolucionárias -- e a prioridade máxima era, justamente, a luta do proletariado, que deflagraria e conduziria a revolução em seu sentido mais abrangente, sendo o demais irrelevante e até divisionista. Diante dela, nós éramos a "luta menor", portanto secundária, enquanto contraposição que ousava contestar isso que nos parecia uma sacralização da classe operária. Na melhor das hipóteses, não passávamos de "minorias", nome, aliás, da série de debates da qual estávamos participando. Na noite anterior, já os negros, que vinham se organizando contra a discriminação racial e pela afirmação de sua cultura, independentemente da luta partidária, tinham sido massacrados por grande parte do público (de brancos), sob acusação de estar promovendo uma reles "discussão existencial" em torno de sua problemática. Como se previa que num debate inédito sobre homossexualidade o auditório estaria cheio de bichas e lésbicas, nós da mesa combináramos que jogaríamos as perguntas de volta ao público, sempre que possível, para que ele assumisse a briga sem necessidade de porta-vozes. Quando, no decorrer da acalorada discussão, um esquerdista ortodoxo (na verdade, uma bicha enrustida que eu conhecia) observou que a luta homossexual não passava de uma escamoteação da luta de classes, não contive minha irritação: subi numa cadeira e pedi às pessoas do auditório que relatassem fatos concretos de como nós, homossexuais, éramos escamoteados justamente em nome da luta de classes. A reação foi fulminante. Homens e mulheres, visivelmente emocionados e sem medo de aparecer publicamente como homossexuais, levantaram-se para relatar, em alto e bom som, experiências pessoais de discriminação de setores progressistas contra eles, por sua orientação sexual. Assim, foi citado o exemplo de uma professora, daquela mesma universidade, que solicitara aos alunos um trabalho escolar analisando os motivos da ausência de homossexuais entre operários.[2] Essa era, na época, a mesma opinião do então messiânico líder sindical Lula, que definira o feminismo como "coisa de quem não tem o que fazer".[3] Como se podia esperar, foram trocados xingos entre representantes do movimento estudantil e homossexuais ali presentes -- sinal de que já sabíamos enfrentar e não pedíamos desculpas pelo que éramos. "O importante é a liberdade, que inclui o direito de cada um ir para a cama com quem quiser", gritava uma estudante homossexual. "Se não for para caminhar juntos, então eu quero que os homossexuais vão à puta que pariu", contestava um jovem esquerdista. Ao que outro homossexual, da plateia, gritava: "O problema de qualquer revolução é saber quem vai lavar a louça depois". Risos, apupos, palmas.[4] Ao final das três horas de debate, nossas camisas empapadas de suor davam a sensação de que o movimento homossexual brasileiro acabava de conquistar o espaço que lhe era devido. Nossa luta estava enfim na rua. Emocionados e nos beijando em público, já não sentíamos nenhum pudor ideológico. Só não sabíamos que aquele nosso primeiro enfrentamento com a esquerda universitária não seria o último, nem o mais violento. Meses depois, fomos informados de que, na mesma faculdade onde ocorrera o debate, um ativista guei (que gostava de se apresentar, provocadoramente, com o nome feminino de Taís e desfilar travestido à noite pelas ruas de São Paulo) tinha sido atraído para um bosque nas vizinhanças e aí recebera uma surra, que lhe custou um dente. Enquanto o espancavam, os quatro militantes esquerdistas (seus conhecidos) acusavam-no de estar tentando dividir a luta do proletariado e o exortavam a parar com "essa frescura de movimento homossexual". https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000474 |